Você já refletiu como as pessoas que trabalham na sua empresa aprendem?
Muitas vezes focamos nas principais temáticas que acreditamos que os colaboradores precisam desenvolver para atingir os resultados esperados, contudo, esquecemos que o “como” ensinar tem mais influência na mudança de comportamento do que “o quê” aprender. Esse texto explora um ponto de vista sobre este assunto que irá colaborar na ampliação de olhares sobre o tema: Andragogia – como o adulto aprende.
O processo de ensino-aprendizagem de adultos, onde se encontra o universo de Treinamento & Desenvolvimento, deveria estar ancorado na Andragogia (do grego: andros – adulto e gogia – educar), ou seja, a arte de ensinar e a aprender com adultos que possuem histórias, conhecimentos diversos da realidade da vida, desejos e capacidade de tomar decisões.
Princípios fundamentais da Andragogia
Os princípios fundamentais da Andragogia são: Horizontalidade e Participação.
- O princípio da Horizontalidade nos apresenta a condição fundamental de Ator-Protagonista da aprendizagem. O adulto possui experiências e conhecimentos que podem e devem ser compartilhados, permitindo a construção de experiências de aprendizagens colaborativas, significativas e, mais profundas. Num cenário de treinamento nenhum facilitador sabe mais que os participantes. Todos possuem conhecimentos e experiências que podem e devem ser compartilhadas. São conhecimentos diversos, com profundidades diferentes, mas que quando compartilhados geram novas perspectivas para soluções de problemas reais.
- O segundo princípio é a Participação. Participação, neste caso, não significa fazer parte de uma turma de treinamento, de estar presente em todos os encontros, isso é frequência. Quando falamos num processo de aprendizagem andragógico falamos em tomar parte de, ou seja, ser capaz de colocar suas opiniões e ideias, de tomar decisões e, se responsabilizar pelas escolhas. Aqui as palavras chaves são: Autonomia e Autorresponsabilidade. Neste contexto, significa escutar os colaboradores sobre sua formação e criar experiências onde eles possam decidir o que precisa aprofundar e como será seu envolvimento.
Assim, entendemos que o adulto aprende com seus acertos e enganos, pois tem consciência do que deixou de fazer e onde precisa melhorar. Ele é capaz de refletir e analisar com profundidade suas decisões e reorientar suas ações para atingir seus objetivos. Portanto, qualquer experiência de aprendizagem criada com objetivo de treinamento e desenvolvimento de adultos trabalhadores precisa trazer para o cenário de aprendizagem desafios e soluções de problemas do mundo vivido e, que sejam relevantes para cada grupo específico, e não generalizado.
Como ressignificar a forma de aprendizagem nas organizações
Quando você pensa em treinamento e desenvolvimento para sua organização, qual a sua principal preocupação?
Nas ações tradicionais de formação nas empresas, os treinamentos possuem roteiros e conteúdos fixos e pré-determinados, que em geral, se repetem em diferentes grupos e equipes. Entretanto, quando focamos na Andragogia entendemos que estas ações necessitam de novos designs. Usei o plural de forma proposital para deixar claro que pessoas aprendem de modos diferentes, pois possuem múltiplas inteligências, e, portanto, precisam de estímulos diferentes. Nesse processo, os adultos aprendem compartilhando conceitos, recebendo informações por diferentes canais e experimentando em realidades diversas.
Que tal criarmos boas conversas com os atores e protagonistas do dia-a-dia das empresas, para escutar as necessidades, entender os desafios e criar novos desenhos? Desta forma, construirmos experiências de aprendizagem realmente andragógicas.
Se você leu até aqui e fez sentido para você e sua empresa, entre em contato e vamos conversar sobre sua equipe.
Por: Dra. Kátia Passos, Head de Inovação em Aprendizagem na RN.dots | 19 de maio de 202